08/05/2007

A estação rosa

Ah, o inverno. Inspirada no post da Cris resolvi dar a minha visão sobre essa estação.

Sou canceriana, de 17 de julho. Provavelmente no momento que saí (pelada) do útero quentinho da minha mãe direto para o alto inverno da Serra Gaúcha, estava com os sentidos aguçados e creio que me decepcionei. Foi um choque de temperatura.

Frio, é só o que eu sinto. Não importa quantas camadas de roupa eu tenha, quantas cobertas estejam na cama. No inverno eu nunca consigo me esquentar. Para poder dormir, só um banho daqueles em que a pele sai rosa-avermelhada, pelando. Acordar? Depois de 1 hora rolando de um lado pro outro pra poder ter coragem de levantar. Chego a deixar a roupa pronta antes de dormir para no dia seguinte puxar pra baixo das cobertas e me vestir ali mesmo. Sofro tanto com o frio que meu estômago dói de tanto contrair os músculos. Agora, tomar vinho no inverno é muito mais gostoso do que no verão. Capuccino, eu bebo em qualquer temperatura, até na praia. Comer, comer, comer. Sopa de agnolini, verduras, canja. E sede. Bebo mais água entre junho e julho do que em janeiro e fevereiro.

Ler um livro no inverno? Só se for no sol do meio-dia. Ficar parada no inverno só com cobertor de orelha. Se leio antes de dormir, por exemplo, deixo uma das mãos pra fora do cobertor segurando o livro. Quando essa congela, vou alternando. Mas tem uma hora que cansa ficar na mesma posição. Na hora de mudar, fica tudo gelado e demora pra esquentar.

Apesar de tudo isso, minha percepção do inverno porto-alegrense é boa - embora eu não tenha água quente na pia do banheiro para lavar a cara, nem estufa ou aquecedor pra amenizar o ar gélido do apê. Se estou com frio aqui, sempre penso que poderia ser pior, muito pior. Poderia ter um vento cortante e ser no mínimo 3 graus mais frio. Como em Caxias. Ah, esse é o motivo principal de eu não gostar. Ter um inverno insuportável de abril a setembro faz qualquer um perder a paciência. Vivi 9/10 da minha vida nessa situação e não consegui me acostumar.

Ok, ok. O inverno é lindo, ècharpes, botas, trench-coats, mantas, casacos, lã! As pessoas ficam mais elegantes, parecem mais magras. O problema é que não tenho como disfarçar meu nariz rosa e remédio algum me faz parar de espirrar com o vento. Mas eu espero até o verão para escrever coisas boas. Aí sim, vem o bom-humor, a pele na pele. Muito melhor do que essa estação inf(v)ernal, se é que vocês me entendem.

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